Treinamento - 'H

Naquela manhã, uma das mais tediosas, só pra constar, vagava sem rumo por toda a aldeia. - Opa! Desculpa aí, moça – disse ao esbarrar em uma senhora e derrubar as sacolas que carregava, que me olhou de cara feia. Como castigo, fui obrigado a levar as sacolas da mulher até sua casa. Estava pensando em tentar o Chunnin , porém ainda não me sentia pronto. Então, tive a brilhante ideia de treinar um pouco, pra ver se as coisas melhoravam. Procurei por um local onde não havia tanta névoa, para que ficasse mais fácil de visualizar meus movimentos. Avistei ao longe uma montanha, que ser erguia para além da forte neblina. Caminhei animadamente até o local e, após o longo trecho de névoa, cheguei ao alto do monte, onde, surpreendentemente, alguns raios de sol penetravam por entre as nuvens. - Certo, vamos lá! – exclamei de forma animada e ansiosa para mim mesmo. Pronto para começar, só faltava uma questão a ser resolvida. - Mas... O que eu vou fazer? – murmurei baixo, pensando em diversas formas de treinamento. O mais adequado seria começar com treinamento físico. Livrei-me de pesos desnecessários e fui até uma árvore de tronco espesso. - Uns socos e chutes devem estar bons para uma primeira vez – conclui. Entrando em posição de combate, comecei meus movimentos, alternado entre socos e chutes, apenas para aquecer. - Ai! – disse, quando tentei dar um soco mais forte que os anteriores e em vez causar danos à árvore, a dor da ação subiu das minhas mãos para os braços, me deixando dolorido. - Árvore filha de uma... – me interrompi, rindo do ocorrido. “Talvez se eu concentrasse um pouco de chakra...”, pensei, tentando achar formas de danificar, mesmo que superficialmente, a árvore. Tentei controlar meu fluxo de chakra, elevando a quantidade do mesmo nas mãos e pés. Logo após isso, comecei novamente a combinação de chutes e socos, até que a casca afundasse um pouco, rachando em algumas partes, mas nada muito profundo. Limpei o suor em minha testa, sorrindo ao observar os meus resultados, e sentando-me em baixo da árvore, observando o céu que começava a abrir.

Era um dia comum em Konoha. Estava no topo do edifício Hokage, como sempre, observando a vila. Apesar de a calmaria ser boa para a vila, aquilo, para mim, era muito entediante. Minhas adrenais já não secretavam adrenalina na minha corrente sanguínea havia muito tempo. Além de que, não tinha nenhuma ideia sobre o que um Hokage deveria fazer. Estava com a mente enevoada. Dirijo-me, pensante, até meus aposentos e, chegando ao recinto, abro um mapa do país do fogo, procurando um local para que pudesse refletir, relaxar ou agitar um pouco. Meus olhos se fixam em um ponto no mapa, onde, em baixo, Templo do fogo estava destacado. Uma viagem espiritual poderia ser muito reveladora para mim no momento presente de confusão. Arrumo alguns pertences básicos e parto assim que possível. A longa jornada é feita em poucas horas, devido à ajuda de Taka, minha invocação. Apesar de portar o mapa, não conseguia observar o tal templo. De acordo com o pequeno pergaminho, ele estava localizado entre montanhas. Avisto, a leste, elevações rochosas e, entre elas, observo o Templo do Fogo, e, ao sul deste, uma extensa escadaria ligava este a um campo verdejante. O local religioso tinha uma estrutura semelhante a um Templo Shaolin, e era guardado por duas grandes estátuas, que pude identificar serem de origem xintoísta. “Curiosa essa associação budista-xintoísta...”, pensei enquanto subia a pé, degrau por degrau. Achei que não seria correto ter toda a viagem facilitada, afinal não era aquilo que aquelas religiões pregavam. Ofegante, aproximo-me da entrada do local, e um templário se aproxima. - Olá. Vim em busca de reflexão espiritual – digo ao homem, enquanto faço uma breve reverência. Este, após um pequeno monólogo sobre o local, me indica uma sala perto de uma fonte, na parte central do Templo. Adentro a supramencionada sala e observo-a atentamente. O chão da sala era de madeira polida e suas paredes eram simples e brancas. Ao fundo desta, uma estatua de tamanho real em ouro mostrava Buda, e logo acima, havia uma abertura de vidro, para emitir luz a sala. Sento-me defronte sim, defronte a estatua e cruzo minhas pernas. Apoio minhas mãos, uma sobre a outra, sobre meu colo, viradas para cima, fazendo com que os polegares se tocassem de leve. Após concluir que estava tudo pronto, inicio o processo de meditação. Começo inspirando e expirando devagar, contando cada vez que libero o ar em meus pulmões. Tento liberar todo e qualquer pensamento de minha mente, apenas me concentrando naquele ato. Pude perceber meus batimentos cardíacos, que diminuíam constantemente, o que facilitou que conseguisse sentir meu chakra correndo por minha rede interna do mesmo. Tento aumentar seu fluxo, para que tivesse maior controle sobre ele, o que me ajudaria em alguma hora de necessidade. Consigo sentir meu chakra emanando de minha pele; e fico assim, durante o que parece ser um longo período de tempo. Abro meus olhos e percebo que não me encontro mais no quarto que antes estava anteriormente. Espantado, olho para os lados, a procura de alguma explicação. Encontro-me em um campo aberto, com uma noite fria e o céu estrelado. Levanto-me e começo a caminhar, sem uma direção especifica, quando, subitamente, sou erguido por cabos, que se enroscam em meu corpo e me comprimem, como uma cobra. - Socorro... – foi o que consegui murmurar.

To be continued...

Off: Estou com preguiça de continuar hoje. Serão separado, mas serão em série.

Off; Continuação do treino anterior.

Entre gemidos e pequenos urros, consigo fazer com que minha íris fique vermelha, e três pontos (semelhantes a vírgulas) surgem nela. Ativo meu Sharingan, com o intuito de perceber alguma movimentação, e percebo que há uma estranha perturbação de chakra em todo o local “Genjutsu?!”, penso, percebendo que qualquer outra opção não seria nem um pouco possível. Movo minhas mãos, uma em direção a outra, para tentar liberar-me dos efeitos do genjutsu, mas as cordas psíquicas me comprimem mais ainda, impedindo o movimento de meus membros. “Desgraçado, mas quem sabe....”, penso, após tentar achar outra maneira de dar o fim ao genjutsu. Exasperado, mordo meu lábio inferior com uma forte dentada, fazendo-o sangrar, na esperança de que a dor quebrasse o jutsu. Felizmente, os cabos se afrouxam e desaparecem, assim como o resto do campo. Limpo meus lábios, e percebo que ainda não estou de volta à sala. Agora, me localizava no interior de uma série de câmaras. A sala tinha uma abertura ao norte e a leste, o que só poderia significar que eu estava na sala do canto inferior esquerdo. Desconfiado, movo minhas mãos, uma ao encontro da outra, formando o selo do bode. - Kai! – profiro, realizando o jutsu mais básico que existe. Mas nada acontece. Frustrado, elevo o nível do Doujutsu, a fim de poder identificar algo que eu não havia visto. Nada se diferencia do anterior, então desativo o mesmo. Ando em linha reta, sentido norte, observando a nova sala que adentro. Não tinha nenhuma mudança na aparência física do local, apenas uma porta a mais ao sul era a diferença. Continuo no mesmo sentido e, quando chego a terceira sala, o chão começa a ruir e desaba, deixando um grande buraco vazio que despencava pra sabe-se lá onde. Percebo que o teto continua intacto e, como uma chance de continuar o caminho, concentro meu chakra nos pés e tento escalar a parede, para cruzar o teto e descer do outro lado. Porém, estranhamente, nada acontece. Tento ativar meu Sharingan, mas, novamente, nada acontece. Alguma coisa naquele local estava inibindo a utilização do meu chakra, e eu não gostava daquilo. Voltei a sala anterior e percebi que esta tinha mudado em um único aspecto: todos os lados tinham aberturas. Aquilo começou a me enlouquecer pouco a pouco. Sempre que cruzava duas salas em linha reta, o chão da terceira sempre ruía. Sem alternativa, resolvo pular em uma sala ruída. Mas antes, para ver o que me aguardava, retiro uma shuriken de minha bolsa de ferramentas e a lanço para o buraco. Curiosamente, ela apenas quicou no chão e caiu alguns metros a frente, no mesmo plano que eu. Achando que tinha encontrado a resolução, caminho, lentamente, sobre o piso inexistente e percebo que este é sólido. Dando graças, continuo o caminho e, ao cruzar a grande abertura, uma parede se fecha atrás de mim. Agora, estou em uma sala escura. De repente, o chão torna-se transparente e com aberturas em locais estratégicos. Abaixo de mim, um grande mar de magma surge e começa a subir, com uma velocidade impressionante. Subitamente, retiro o sangue que restava em meus lábios e faço alguns selos. - Kuchiyose no Jutsu: Taka! – profiro, e, poucos segundos depois de uma densa névoa se dissipar, um grande falcão se revela. Quase que instantaneamente, subo nas costas do pássaro, e este voa com uma velocidade surreal, e, quando percebo, estou fora de um vulcão que havia acabado de entrar em erupção. Observo o magma ser expelido do interior da estrutura geológica e, de repente, não estou mais nele. Encontro-me, agora, em uma clareira, iluminada pela luz da Lua. Tenho, além disso, uma espada na minha mão. “Por que estou com Kusanagi nas mãos?”, penso, ao identificar a espada. Meus pensamentos são interrompidos quando percebo uma estranha forma se aproximando em alta velocidade. Entro em posição de combate, com Kusanagi preparada para qualquer ataque. Quando tento uma investida, a forma saca uma espada e faz um primeiro movimento. Nossas armas se chocam, fazendo uma chuva de pequenas fagulhas, causadas pelo atito do metal. Percebo que a coisa é, na verdade, um jovem, da mesma altura que eu. Afasto-me dois metros do local, olhando para a coisa. Tem formas parecidas com a minha. Mas não a tempo para analisar, pois um selo do Tigre se forma em minhas mãos, e expilo uma grande quantidade de fogo, que toma a forma da cabeça de um dragão e parte em direção ao alvo. Curiosamente, o jutsu se choca com outro igual, lançado pelo jovem, e os dois se desfazem após o choque. Aproveitando a distração, avanço rapidamente, e desfiro uma sequencia de cortes, com movimentos ascendentes, descendentes e diretos, com Kusanagi. Novamente, o garoto faz os mesmos movimentos, e nossas espadas apenas chocam-se. Novamente, afasto-me 3 metros, enquanto o Mangekyou Sharingan se forma em meus olhos. Em uma tentativa de acabar com aquilo, controlo meu chakra e, com isso, um exoesqueleto roxo se forma. Com o Susano’o incompleto nível 1, desfiro um soco em direção ao oponente. -Só pode estar brincando... – murmuro, pois o garoto havia feito a mesma coisa. Mas aquilo era impossível, a não ser que... - É claro! Ele é um clone! – exclamo, após a ideia invadir e clarear minha mente. Desativo o jutsu, assim como o M. Sharingan, e invisto com um ataque direto utilizando a espada. Como pensado, o clone faz o mesmo. No último instante, desvio o corte dois centímetros do pontoo de impacto. As espadas atravessam os dois corpos, porém não sinto dor, e tudo aquilo desaparece. O lugar agora não passava de um descampado plano. O céu era, estranhamente, dourado, e a terra era rosa. - Mas o que? – indago, ao observar o ambiente. Mas não tenho muito tempo para pensar, pois o chão se abre e uma estranha forma se abre. Não sabia o que era, e aquilo era muita loucura para ser verdade, mas deixo escapar da minha boca: - Isso é um... Elefante Psíquico de Guerra Pré-Histórico!. E, então, após perceber na loucura que me encontrava, abro os olhos e percebo que me encontro em uma sala com chão de madeira polida, com paredes simples e brancas, e que estou sentado defronte para uma estatua de ouro que mostrava Buda. - Isso foi muito louco... – murmuro, pensando na situação que acabara de não vivenciar.